domingo, 30 de agosto de 2009

SÓ O TEMPO

O que ela realmente quer é desapaixonar-se. Começou encontrando defeitos que claramente sobrepusessem suas "quase-infinitas" qualidades, acabou argumentando com sinônimos à falta de caráter e inúmeras "filhadasputices" aprontadas. Jogou fora as fotos, o excluiu de vínculos virtuais que ainda mantinham. Afinal, já não eram mais amigos, ou melhor, nunca os foram; o que houve foi algo que, agora, ela não pode classificar, focando-se em uma extinção imediata.
Sexta-feira é dia de festa lotada nas boates da cidade, escolheu a menos pior, convidou os amigos e foi. Balada é como uma sala de cursinho, nunca frequentou uma sala pré-vestibular, mas imagina ser a mesma coisa: aqueles que perderam a chance de entrar na faculdade. Ah, ela também é um pouco pessimista e um tanto azeda, talvez seja o clima de balada onde encontrar um par decente significa passar em primeiro lugar na USP e ganhar na Mega Sena no mesmo dia, bem provável, não?!E ela já viveu tantas coisas, mas sente a vida meio manca desde que ele se foi e por isso decidiu que era hora de bani-lo de seus pensamentos. Pensou em felicidade, mas parou de pensar por causa da música alta. Havia alguns homens olhando para ela; um deles, o barbudinho, a convidou para dançar, não disse uma palavra, dançou direitinho, ao final quis beijá-la. Ele não se importou em saber que ela era otima na cozinha , que era mimada as vezes, que nunca tirou uma nota vermelha, que adorava dançar e estava parando de fumar... Ela desviou o rosto não porque considerasse importantes estes detalhes da sua vida, mas ficou emputecida com a hipótese de beijar alguém sem ouvir uma sílaba. Era tão bom antes! Era bom despachar caras legais e era realmente bom um pseudo-sofrer por pseudo-namorados que estava pseudo-apaixonada. Tinha sempre uma voz dentro de si, uma coisa de consciência que só insistia em repetir a merda que era apaixonar-se por ele! Ela calou a voz por tantas vezes, agora era impossível! Tinha que se apegar à única que sabia o quanto ele a fez sofrer nas várias vezes em que ela não foi a escolhida, ele já fizera suas escolhas tantas vezes, era hora de se apegar ao pouco de dignidade que lhe sobrara e ser realmente feliz. Ela precisa ser feliz! A madrugada chegou, outros a fizeram dançar, ela bebeu alguma coisa, sorriu para fotografias, pensou que aquilo não era tão derrotista quanto parecia. Antes de partir, combinou com os amigos as próximas baladas, mas ela ainda não se sentia feliz. Porque o que ela realmente quer, ele nunca pode oferecer. Ela, no fundo, não quer desapaixonar-se, mas ela sabe dessas coisas de amor... Amor não se pede, jamais!

Um comentário:

  1. To super ROSA CHICLETEEEEE com vc florr, adoroooooo ♥!A males que vem para o bem, assim como os fracos nao foram feitos para nós...hahaha!

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